O que é cegueira ética?

 

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Regularmente a imprensa expõe casos de corrupção, desvio ético, fraudes, descaso com o meio-ambiente e outros escândalos envolvendo grandes corporações.

Exemplos não faltam, como a Odebrecht com uma história longa de corrupção, fraude contábil na Enron que a levou a sua falência, Volkswagen enganando autoridades e controles antipoluição, Arthur Andersen que ocultou os problemas da Enron, chegando a destruir documentos para fugir da lei são alguns. A lista é longa e com frequência surgem novos casos, como a denúncia ainda não comprovada de que a GE há anos esconde prejuízos e está perto da falência.

Parece ser difícil entender como comportamentos que parecem violar qualquer senso de moralidade conhecido são possíveis de acontecer com tanta frequência e em tantas empresas. Seriam todos os diretores e gestores dessas grandes corporações verdadeiros sociopatas ou seres desprovidos de moral?

Existe uma explicação alternativa que envolve um fenômeno chamado Cegueira Ética.

O que é Cegueira Ética
Você pode imaginar que gestores (que são pessoas, afinal) usam de diferentes lentes ao tomar uma decisão. Eles pensam nas conseqüências (lente utilitarista), princípios (lente kantiana) e objetivos (lente econômica).

No entanto, muitas vezes, as tomadas de decisão (anti)éticas são menos racionais e deliberadas, e muito mais intuitivas e automáticas. Como conseqüência, a dimensão ética de uma decisão não é necessariamente visível para o tomador de decisão.

As pessoas podem se comportar de forma antiética sem ter consciência disso, elas podem até estar convencidas de que estão fazendo o certo. E só mais tarde que eles percebem o antiético em suas decisões tomadas. Este é o fenômeno da cegueira ética.

A incapacidade temporária do tomador de decisão de ver a dimensão ética de uma decisão em jogo.

O fenômeno possui três aspectos. Primeiro, baseia-se na suposição de que as pessoas se desviam de seus próprios valores e princípios. Estes valores e princípios fazem parte de suas identidades e elas tentaram viver de acordo com eles no passado. A cegueira ética refere-se ao fato de que “boas pessoas se comportam de formas patológicas que são estranhas à sua natureza ”(Efeito Lucifer de Zimbardo ou Desengajamento moral de Bandura). Resulta da incapacidade das pessoas acessarem valores éticos que, em princípio, estão disponíveis para eles.

Em segundo lugar, a cegueira ética é vinculada ao contexto e, portanto, um estado temporário. Sob diferentes circunstâncias, essas pessoas seriam capazes e teriam disposição de tomar uma decisão mais ética. Descreve um estado psicológico de pessoas com níveis normais (ou mesmo altos) de integridade e habilidade para o raciocínio moral. Mas por alguns motivos (muitas vezes relacionados ao contexto), eles não são capazes de usar essas capacidades ao tomar a decisão. Contudo, quando a situação muda, é provável que voltem a praticar seus valores e princípios originais.

Esta característica é bem ilustrada pelo fato de que os tomadores de decisão podem ser surpreendidos ou até mesmo chocados com seu próprio comportamento uma vez que o contexto mudou. Um caso relatado em detalhes é do envolvimento de Dennis Gioia nas decisões que geraram o escândalo dos carros Ford Pinto, onde um erro no design do tanque de combustível levou ao óbito centenas de pessoas.

Em terceiro lugar, cegueira ética é inconsciente. As pessoas que são eticamente cegas desconhecem o fato de que eles se desviam de seus valores e/ou ou que eles não podem e não acessam esses valores quando tomam uma decisão.

Quais são os fatores que contribuem para causar essa cegueira ética em indivíduos e organizações?

O efeito do Enquadramento ou Framing rígido
Podemos dizer que as pessoas agem sobre quadros (frames) que eles desenvolvem enquanto interagem com seu ambiente. Esses frames são “estruturas mentais que simplificam e orientam nossa compreensão de uma realidade complexa ” ou, estruturas cognitivas “que as pessoas usam para impor alguma estrutura à informações, situações e expectativas para facilitar sua compreensão”. Eles nos fazem ver o mundo de um jeito particular e, portanto, necessariamente limitado. Eles filtram o que vemos e como vemos.

Como resultado, criamos definições específicas de problemas, relações causais entre fenômenos, avaliações normativas (o que é certo e errado) e recomendações de como agir. Os frames se desenvolvem através de processos de socialização onde estímulos e fenômenos sociais são filtrados repetidamente e de forma específica.

Normalmente, os quadros são exclusivos, ou seja, usamos apenas um quadro de cada vez.

Como ilusões ópticas como o vaso de Rubin demonstra, nós podemos ter uma interpretação só de cada vez.

Interpretação 1. Dois rostos escuros olhando um para o outro na frente de um fundo escuro, com as bordas sendo vistas como parte das faces.

Interpretação 2. Um vaso brilhante na frente de um fundo escuro, com as bordas sendo vistas como parte do vaso.

Não podemos ter ambas as visões simultaneamente.

Se alguém tem dificuldade em mudar de um frame para outro, dizemos que essa pessoa tem um enquadramento ou framing rígido. O enquadramento rígido prejudica seriamente a capacidade de uma pessoa ver um imagem mais completa ou mais rica do mundo.

Através de interpretações coletivas, as pessoas de uma organização podem desenvolver “um microcosmos moral que provavelmente não poderia sobreviver fora da organização” . No entanto, eles acreditam que “têm o quadro completo” e ignoram qualquer informação que não possa ser capturada ou compreendida pelo frame utilizado inicialmente.

Como conseqüência, uma decisão que pode parecer irracional, antiética, e patológica fora do microcosmo pode ser considerada racional, ética e normal dentro do frame.

O enquadramento rígido dificulta que a pessoa transcenda uma visão de mundo específica e veja as coisas de outra forma. Impede as pessoas de compensarem seus vieses e de desenvolver uma compreensão mais profunda da situação.

Um problema pode ser visto de múltiplas perspectivas, usando quadros diferentes (por exemplo, uma visão econômica, legal, técnica e ética). Mesmo que não seja possível adotar quadros diferentes ao mesmo tempo, é possível empregá-los de forma sequencial. Idealmente, os insights obtidos a partir desta seqüência são posteriormente integrados e uma decisão mais equilibrada pode ser elaborada.

Influência do contexto
A probabilidade de cegueira ética pode aumentar dependendo de como o contexto e o frame do tomador de decisão estão em oposição ou apontam para a mesma direção. Por exemplo, pessoas com uma formação tradicional em administração que trabalham em uma organização que incentiva um foco principalmente no lucro, terão uma maior dificuldade de usar diferentes frames e estarão mais propensas à cegueira ética.

Além disso, forças situacionais, como a pressão do grupo dentro de um departamento, dificultam o emprego de diferentes frames. Adicionalmente se a organização fizer parte de um contexto institucional dominado pelo ideologia do mercado livre com um forte foco na desregulamentação, a probabilidade de enquadramento rígido também é alta.

É interessante observar que exatamente essas condições estiveram presentes na Enron antes de todo o sistema que foi construído lá entrou em colapso.

Aspectos da situação imediata podem reforçar ainda mais um enquadramento rígido e assim, aumentar o risco de cegueira ética. Algumas situações são tão poderosas que provocam comportamento específico em muitas pessoas, independentemente de intenções, nível de desenvolvimento moral, valores ou raciocínio.

Pesquisas sobre a influência da autoridade são boas para ilustrar o impacto de um contexto forte. Muitas pessoas estão dispostos a se envolver em comportamento antiético se quem pediu para fazê-lo foram figuras de autoridade legítima.

A pressão dos pares é outro fator situacional influenciando o enquadramento, especialmente em contextos organizacionais com forte conformidade cultural. Barbara Toffler descreveu em sua análise do colapso de Arthur Andersen como o empresa tentou transformar graduados da escola de negócios em “Androids” altamente intercambiáveis, impondo-lhes o “caminho de Arthur Andersen”, um conjunto de fortes normas sociais.

Efeito do tempo
O fato de muitas decisões virarem rotina indica que o tempo deve desempenhar um papel fundamental na compreensão da cegueira ética. Com o tempo, a probabilidade de as pessoas verem tons éticos em decisões rotineiras diminui e, portanto, aumenta o risco de cegueira ética.

Tal processo de mudança lenta e incremental pode ser entendido como uma sequência de pequenos transgressões – como um ex-executivo da Enron declarou: “Você faz isso uma vez, cheira mal, você faz de novo, não cheira tão mal” . O ponto de referência para a decisão de hoje é a decisão de ontem e se a transgressão de hoje for um pouco além da decisão de ontem, a diferença ética permanece aceitável e a progressão geral em direção a um curso de ação mais antiético passa despercebida. Um programa de TV leva essa ideia ao extremo na criação de um cenário onde pessoas comuns são impelidas a cometerem supostos assassinatos.

As pessoas têm dificuldades em ver ou imaginar conseqüências que estão temporalmente distantes. Se eles tentarem imaginar essas conseqüências, elas são tão abstratas e especulativas que as pessoas não podem se conectar emocionalmente a elas. Hannah Arendt descreveu isso como um falta de imaginação moral. Assim, neste caso, o conhecimento sobre as conseqüências não leva a mudanças comportamentais. Se o atraso temporal entre uma decisão e suas consequências são grandes, a cegueira ética se torna mais provável.

A progressão em pequenos passos é impulsionada por um fenômeno descrito como a escalada de compromisso. As pessoas tendem a continuar um curso de ação, uma vez tomada, mesmo que suas decisões anteriores possam parecer ruins. A razão para isso é que se as pessoas investiram tempo, dinheiro ou outros recursos em uma decisão, isso acaba criando a impressão de existem custos irrecuperáveis. (ver falácia dos custos irrecuperáveis)

Porque Compliance não funciona
Existe uma tendência no mundo corporativo de promover estratégias que fazem uso da conformidade ou compliance para impedir que sujeitos ou organizações tomem ações antiéticas. Em geral essas estratégias ignoram a existência da cegueira ética ou a tratam de maneira superficial. Não é com conformidade que você combate cegueira ética, é com dissidência. Quando existe espaço para o contraditório, para diferentes frames, as decisões começam a ser tomadas levando em conta tons éticos e morais.

Algumas estratégias podem introduzir essas divergências:

Distribuir a autoridade com estruturas organizacionais que não fazem uso da cadeia de comando
Trabalhar com altos níveis de transparência dentro da organização
Compor equipes levando em conta a diversidade
Adotar processos decisórios que integram diferentes perspectivas
Promover um espaço seguro para as pessoas expressarem seus valores e opiniões de maneira autêntica
Como consequência, práticas, políticas e decisões organizacionais são expostas a pessoas independentes e diferentes e, portanto, a múltiplas perspectivas, enfraquecendo rotinas e processos que geram a cegueira ética.

O enquadramento rígido é mais provável de se desenvolver se existirem rígidas definições do que é certo e errado, e se opiniões alternativas são vozes suprimidas e críticas são silenciadas.

Conclusão
Nesse artigo me abstive de tomar uma posição normativa ou seja, do que é certo e errado nos atos e decisões que deflagraram escândalos na mídia. Mas apliquei um ponto de vista normativo em relação ao fenômeno da cegueira ética em si e seus fatores determinantes.

A cegueira ética é o resultado de um processo de construção de sentido (sensemaking) que se desdobra ao longo do tempo durante o qual o enquadramento e pressões de contexto reforçam-se mutuamente e em última análise, transformam um ao outro.

Quando cegas eticamente, mesmo pessoas com altos níveis de integridade podem se desviar de seus próprios valores.

A melhor maneira de prevenir é atuar no design organizacional, criando um ambiente de abertura, segurança psicológica, autoridade distribuída e visão crítica.

 

Autor: Rodrigo Bastos. Rodrigo é facilitador e designer organizacional. Formado em Engenharia de Materiais pela POLI-USP. Atuou por mais de 10 anos na criação e condução de programas de desenvolvimento de times e líderes utilizando a educação experiencial como método. Já foi engenheiro e gestor. Apaixonado pelo trabalho com organizações, hoje ele acredita que atuando no sistema social e não nas pessoas, consegue contribuir mais e ser muito mais feliz

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Amizade para a vida toda, ou não?

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Eu sempre acreditei que amizade verdadeira é aquela que dura para sempre. Mas hoje eu vejo essa relação de amizade de forma diferente. Acorrentar uma pessoa a sua vida pelo simples fato de que se for verdadeiro tem que durar é um ato de egoísmo com a sua vida e com a vida da amizade.

Como em qualquer outro relacionamento, as mudanças acontecem e isso pode mexer e muito com o modo de se relacionar. Os valores, as vontades, os gostos, tudo muda, e se as pessoas não estão na mesma frequência o relacionamento se esgota e não necessariamente precisa acabar, mas com as afinidades sendo direcionadas para outros rumos a gente acaba perdendo o contato e até a vontade de estar junto e partilhar histórias e momentos.

Fica uma ressalva: isso não significa que a amizade não tenha sido verdadeira, produtiva e construtiva, pelo contrário, tudo que ela deixa são bons frutos que foram semeados, plantados e cultivados com muito carinho.

Ter velhas amigas é lindo sim, e algumas são quase como irmãs. Ela é aquela pessoa que lê o seu olhar diante de uma situação engraçada, entra na sua sintonia na hora que começa aquele papo chato na rodinha, é aquela pessoa que faz a ligação com o seu passado. E como é bom uma amizade duradoura, dessas que a gente tem desde a infância, que lembra de quando vocês brincavam na rua de queimada, rouba-bandeira, jogo da verdade (sim, eu sou dessa época maravilhosa), da primeira festa, do primeiro beijo que você morria de vergonha, enfim, essa amizade que sabe tudo da sua vida e você da vida dela.

Uma amizade não precisa ser “para a vida toda” para ser verdadeira

Se ela durar uma vida inteira, que bom, que lindo. Mas se não durar é porque ela é como qualquer relacionamento, tem seu tempo de duração onde os interesses foram comuns e se você muda para um lado e a amizade muda para outro lado. O relacionamento pode não resistir, mas que permaneça o que foi vivenciado nesse tempo de partilhas, encontros e toda a beleza de ter uma boa amiga.

Eu tenho muitos amigos, sempre gostei de conhecer gente nova, ouvir o coração da outra pessoa, de me abrir para ela, e por isso ao longo da minha vida eu fui criando laços e desfazendo também. Quantas pessoas já passaram pela minha vida que contribuíram para que eu chegasse até aqui, quanto aprendizado já colecionei com pessoas irreverentes, certinhas, engraçadas, bagunceiras, sem noção, sistemáticas, estranhas, amorosas, enfim, tenho certeza de que muito do que sou hoje são parcelas do que fui conhecendo nesses relacionamentos de amizade que me fizeram tão bem.

As grandes amigas, talvez aquelas que tocam a alma da gente por serem do mesmo cacho da mesma fôrma, permanecem. Essas não estão aprisionadas, mas por uma afinidade de almas estão ligadas umas às outras. Elas se conhecem tão bem que não necessitam da sintonia em tempo integral, podem fazer escolhas diferentes, trilhar caminhos diferentes, ficar anos sem se encontrar, e quando o reencontro acontecer, vai sempre parecer que foi ontem. Esse tipo de afinidade hoje em dia é valioso, muito valioso. Em tempo de descartes rápidos, uma amizade duradoura é tesouro encontrado no fundo do mar dentro de um navio naufragado. Há que se cuidar de um relacionamento assim, para que ele floresça sempre, mesmo que não seja primavera.

É como dizia Vinícius de Moraes, ‘suportaria, embora não sem dor, se morressem todos os meus amores, mas morreria se perdesse todos os meus amigos’. Amizade é um dos melhores relacionamentos que a gente tem na vida. O entrosamento, a alegria no olhar, o abraço que acalenta, os palavrões que demonstram afeto genuíno, uma mesa de bar, uma cerveja ou suco, tanto faz, desde que esteja gelado, uma amiga para partilhar o momento, seja ele de alegria ou tristeza.

Sim, vale a pena ter uma amiga que seja para a vida toda, uma #migasualoka que faz a sua vida mais doce, suave e que faz todas as suas loucuras fazerem sentido, uma #migasualoka que segura seu cabelo naquela ressaca dolorida, que mostra para você todas as qualidades que aquele boy não teve o dom de perceber, que liga na sexta à noite e diz: hoje você vai sair de casa de qualquer jeito, que compra a briga com e por você, que fica brava, muito brava com quem te fez chorar, que quer o seu bem e quer muito estar ao seu lado por todos os anos da sua vida.

Amizade verdadeira existe em qualquer tempo e pelo tempo tiver que durar, o que na verdade se torna raro são as amizades para toda a vida. Sorte de quem tem!

Para todas as #migasualoka da vida, eu desejo que você tenha um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida, mas mais que isso, eu desejo que você tenha uma grande amiga em quem possa confiar e que seja para toda a vida!

Link: http://amenteemaravilhosa.com.br/amizade-para-vida-toda-ou-nao/

Procura-se alma séria para relacionamento divertido

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“Em um relacionamento sério.” Nada contra. Fico alegre por quem assim esteja. Faço votos de felicidade ao casal e, confesso, tenho até uma certa inveja de quem se encontra e se ajeita a ponto de querer contar ao mundo que vive um caso amoroso e que ele é sério.

Não é despeito, não. Juro. Eu admiro e respeito a seriedade do amor de cada um. Mas acho que quem se ajeita “em um relacionamento sério” anda menos para o calor dos romances que para a frieza dos tratos comerciais, a obrigação dos contratos de compra e venda, a burocracia das operações bancárias e a apatia dos casais ranzinzas, circunspectos, fechados para as brincadeiras de um amor sadio em sua graça e sua leveza.

É que eu prefiro as terminologias mais afetuosas, sabe? Estar “em um caso sério de amor insano”, “em estado de graça”, “em caminhada pelas nuvens ao lado de fulana ou sicrano”. Quem sabe “em construção do amor na companhia de…”. A mim faz bem imaginar o amor como o pesado ofício da leveza, o trabalho braçal dos amantes, uma obra inacabada que precisa ser reconstruída e reformada para sempre.

Você há de me explicar o quanto estar “em um relacionamento sério” é tão só e simplesmente um jeito de valorizar aquele ou aquela ao lado de quem se está caminhando. E que, ora bolas, são só palavras! Quem liga para isso?

Eu ligo. Tenho a impressão de que assim classificado o amor vira outra coisa. Carimbado e despachado ao dia a dia como “um relacionamento sério”, ganha a dimensão limitada e triste de um termo de compromisso. E será mesmo que o amor pode se cobrar e registrar de acordo com as nomenclaturas e tabelas cartoriais?

Então vem alguém perfeito e me acusa de não ser sério, de arranjar desculpas para fugir das convenções da vida adulta, me julga, incrimina, desclassifica. E eu só lamento que tudo tenha de ser assim, tão superficialmente classificável.

Será que o amor não é outra coisa, não? Não será um negócio sem forma e categoria que simplesmente é e, assim sendo, acontece e se fortalece em seu tempo a partir de nossas intenções e ações e essas coisas de quem quer o bem do outro tanto quanto o seu próprio? Sem amarras e cercas e advertências, sem pregar uma placa no portão avisando: “Cuidado. Cachorro Bravo!” ou “Afaste-se! Estamos em um relacionamento sério!”

Vai aqui o meu respeito a quem pensa diferente de mim. Mas, de minha parte, melhor seria estar “em um relacionamento divertido”. Seriamente brincalhão. Daqueles construídos de encontros profundos, em que as almas se encantem e se transbordem sinceramente. Que tragam suas coisas de antes e as dividam com franqueza. Suas dores e perdas, seus escuros pavorosos, seus instantes de grandeza. Que tudo isso se apresente em solidária confraternização de amor.

E que de cada encontro resulte uma história divertida, diversa, que gire na direção oposta da maioria dos casais sisudos, amarrados um ao outro em sofrida provação. Que o caminho seja leve e cada um ali esteja em franca entrega. Celebrando a vida porque isso é o mínimo que se espera de quem está vivo: viver como quem recebe uma graça, agradece de joelhos e se levanta para dividi-la com o mundo.

Eu quero tudo isso, sim. Mas também quero rir, sabe? Rir dos meus tropeços e minhas topadas, da minha desgraça, das minhas alegrias breves e minhas mesquinharias, da minha cara feia no espelho. Quero rir e gritar sem culpa “EU TE AMO, VOCÊ AÍ!” Quem sabe isso me acorde e me melhore.

Meu amor há de ser tão simples e bonito quanto o pão feito em casa. Divertido como os animais domésticos que brincam de morder um ao outro. Despretensioso como quem sonha com as viagens espaciais e com um mundo em paz, em que os estúpidos desistam de seu galope rumo à burrice completa, em que nas escolas as crianças aprendam a ver beleza nas operações básicas de somar, subtrair, multiplicar, dividir e respeitar a si mesmas e ao outro, em que os eloquentes aceitem que “liberdade de expressão” também vale para aqueles que expressam opiniões contrárias às suas.

E que tudo isso seja muito divertido. Sempre.

Será preciso coragem. E coragem é atributo das almas sérias, envolvidas por seus propósitos, tomadas de bravura para tocar a vida em frente a despeito de seus medos e imperfeições, plenas de ânimo para aceitar seus defeitos e corrigi-los como se pode. Afinal, amar e respeitar compreendem um estado de coisas que ficam para muito além de estar “em um relacionamento sério”.

Faço fé que por aí há de caminhar uma alma grave à espera da minha risada. Ansiando pela leveza das nossas conversas e a graça do nosso jeito de lidar com as coisas importantes. Juntos, vamos construir uma casa antiga no meio de uma avenida de prédios comerciais modernos e alimentar hábitos simples. Comprar pão de manhã, plantar hortelã e manjericão em vasinhos de barro, cultivar delicadeza em feitios gentis. Seremos nós e os nossos filhos, nossos sonhos e o nosso desvario de ternura. Eu faço fé.

Em nossa estranheza sagrada de amantes honestos, daremos de brincar com a comida, sonhar com o impossível, acordar enquanto o mundo dorme e sair pela cidade à procura de um chafariz onde entraremos de roupa e tudo.

E quando uma alma desavisada e triste nos questionar indignada, o dedo em riste, “vocês estão loucos, vadios imbecis? Tomando banho no chafariz?”, responderemos em coro sem prender o riso:

“Não, senhora. Nós estamos em um relacionamento divertido!”
Leia mais: http://www.asomadetodosafetos.com/2016/07/procura-se-alma-seria-para-relacionamento-divertido.html#ixzz4FNTey68i

5 mentiras que nos mantém presos em nossas zonas de conforto

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Existe uma lenda muito antiga que diz que um rei foi presenteado com duas aves muito raras e belas, falcões. De imediato, contratou alguém que fosse capaz de treiná-los, passado alguns meses, verificou que uma das aves era bem educada, mas não sabiam o que se passava com a outra. Desde que tinha chegado ao palácio, permanecia intacta no mesmo galho, o rei muito preocupado chamou diversos especialistas, nada aconteceu. Então, criaram uma recompensa para quem conseguisse fazer o falcão voar, na manhã seguinte, o rei viu o pássaro voando em seus jardins. Se enchendo de felicidade, o rei ordenou que trouxesse o dono do milagre, apareceu diante de si um simples camponês. Se enchendo de orgulho, o rei começou a questionar qual havia sido o feitiço que fizera àquela ave tão preguiçosa para voar. Com uma enorme simplicidade, mas carregada de sabedoria, o camponês respondeu que apenas havia cortado o galho, assim o pássaro foi deixado sem nenhuma alternativa, senão levantar voo. O que podemos tirar de proveito da história, às vezes, é essencial que permaneçamos em nossas zonas de conforto para que possamos recarregar as nossas energias, a fim, de iniciar uma nova etapa. Entretanto, permanecer estacionados faz que não se perceba o quão longe poderíamos chegar. Desenvolver a capacidade de sair de nossa zona de conforto, de forma consciente a fim de que se possa atravessar novos horizontes, realizar sonhos é que nos tornará diferentes perante ao resto do mundo. É o que nos permitirá poder saborear novas experiências que, mais cedo ou mais tarde, darão contorno, cor, textura e sabor ao nosso cotidiano. Para entender a zona de conforto, podemos imaginar dois círculos um pequeno dentro do maior. O menor representa tudo àquilo do qual estamos acostumados, nossas manias, nossas rotinas. O que parece, muitas vezes que a zona de conforto é o grande círculo, tudo parece amplificado, mas isso é apenas uma projeção pela permanência dentro deste círculo, o que nos amarra ali pelo simples fato de termos medo de descobrir o que acontece se conseguirmos descolar de nossas amarras mais profundas. Com isso, a zona de conforto limita, não permite descobrir algo novo. Há um círculo maior, este é recheado pelo desconhecido e também por novos sonhos, novos planos, novas ideias que ficam muitas , “ engavetadas” pelo medo. O novo e maior circulo é também a área de novas aprendizagens, onde ocorrerá a ampliação da consciência, das fronteiras e dos sentidos. Para muitos de nós saltar do nosso pequeno circulo em direção ao grande círculo é extremamente ameaçador. Não sabemos o que iremos encontrar, com isso, acionamos o nosso “ botão de auto sabotagem” que faz que fiquemos estagnados assim como o falcão da fábula, só sairemos dali se formos obrigados. Com isso há cinco mentiras que contamos a nós mesmos que faz que fiquemos presos em nossas zonas de conforto.

1. “Eu não tenho motivação para fazer”

É confortável permanecer na nossa “ caixinha”, abraçando nossos monstros, cultivando nossas minhocas mentais, criando mais fantasmas e carregando malas abarrotadas de memórias e anseios. Com isso, damos combustível ao medo, sem perceber que não iremos crescer. Estar em crescimento não se percebe apenas pela passagem do tempo, mas pela quantidade de desafios que vamos superando todos os dias. Toda vez que somos convidados a fazer algo novo, automaticamente uma voz diz que vamos fracassar e que é melhor não tentar, uma parte vem do medo à mudança, um desejo de ficar dentro dos limites do que nos é familiar. Mas se parar para pensar que é uma gigante estupidez, não tentar, ao menos realizar algo novo, pelo menos tente, e não se gostar do resultado, tente de novo, você ganha experiência e sempre aprenderá alguma coisa.

2. “Não é o momento certo”

Não existem momentos ideais, pessoas perfeitas e expectativas que não serão frustradas. Se você ficar esperando o momento ideal será como tentar remar em um barco a motor ou tentar aprisionar todo o vento e uma bola de sabão. O ativador do medo é o pensamento que nos conduz a perseguir o momento certo e nos paralisa de agir. Temos medo de fracassar e isso nos acompanha ao longo de toda nossa existência, mas temos que arriscar um pouco para conseguir algo. Sempre existirão os prós e os contras, mas para voar é preciso começar com pequenos passos. Traçar metas reais para evitar grandes frustrações, mas lembre-se sempre teremos expectativas frustradas, desejos não realizados, pessoas que nos desapontarão e aceitar isso é ter consciência que existe a imperfeição dentro e fora de si, com isso fica mais fácil aceitar os percalços do caminho e conseguir arriscar com menos amarras. Quando nos dermos conta, estaremos caminhando rumo aos nossos sonhos.

3. “Vou começar quando”

Esse pensamentos de quando vamos começar é o que nos mantém enlatados em nossas zonas de conforto. É como esperar a segunda-feira para começar uma dieta, esperar parar de chover para caminhar, não estamos desistindo de nossos projetos, mas estamos os deslocando para que a situação ocorra quase por um milagre ou mágica. A desculpa de quando começar alimenta a nossa procrastinação, pode ser que as coisas realmente ocorram por pura sorte, assim iremos adiar cada vez mais as nossas ações. Procrastinar é uma forma de manter a esperança acesa, mas não estamos de fato pondo a mão na massa e trabalhando duro. A hora de começar é agora mesmo, comece a dieta no sábado, comece a cortar aos poucos o açúcar em excesso assim como o excesso de mágoa e ressentimento nas relações, se estiver chovendo vá pular em poças d’ água, se estiver em um barco sem motor reme o máximo que puder, mas não deixe para depois o que pode começar a ser feito hoje. O que a gente espera são soluções imediatas já que a todo momento somos bombardeados pelo imediatismo, mas tempos que ter consciência que é muito melhor começar aos poucos do que ficar a vida inteira esperando o melhor momento.

4. “ Não é para mim”

Achar que algo não é para nós é como alimentar doses de que não somos capazes ou bons o suficiente. Uma desculpa perfeita para diminuir nossa autoestima, também muito usada para quem têm medo do mundo e se fecha para novas experiências. O velho ditado que diz que devemos provar o gosto antes de dizer que não gostamos, só iremos saber se somos hábeis para algo se realmente tentar. Pare de se fechar para o novo, assim como para as pessoas, o máximo que pode acontecer é você não gostar ou ter que desenvolver novas habilidades, ou seja, tente ao invés de ficar reclamando e assumindo que algo não é para você ou que determinadas pessoas ou grupos não combinam. Você pode se surpreender com novos estilos musicais, novos destinos de viagens, novos visuais de roupa, pessoas que você julgava não combinarem com o seu estilo A vida é uma mistura de aleatórios, é que preciso parar de inventar desculpas e começar a conhecer o que muitas vezes esteve ao nosso lado uma vida inteira, mas estávamos fechados e submissos em nosso preconceitos.

5. “ Eu não sei como fazer”

O novo pode assustar, com isso, criamos empecilhos que mais uma vez fazem que fiquemos estacionados em nossas zonas de conforto. Até podemos pensar que não temos habilidades, mas podemos desenvolvê-las e até mesmo começara gostar; pode ser que leve um tempo, pode ser que tenhamos que treinar, pode ser que precisemos de aula. Se dispa da vergonha de pedir ajuda, lembre-se que nenhuma habilidade vem do além, em nossa essência temos paixão e esforço suficiente para realizarmos o que almejarmos. Então tente algo novo: dance, cante, aprenda uma nova língua, comece um processo de psicoterapia, enfim viva. O máximo que vai acontecer é levar um tempo para desenvolver algo ou se não for da maneira esperada, tente outra coisa ou se quiser de verdade, continue tentando. Mas tenha sempre em mente que ficar estacionado na zona de conforto será como passar a existência inteira observando a paisagem pela janela de um trem, tudo parecerá um tanto embaçado e confuso já que estaremos apenas observando ao invés de viver.

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O efeito borboleta que carregamos

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Estou saindo de casa e ao chegar à rua, noto que o tempo está mudando. Talvez chova ainda pela manhã, ou com certeza, no começo da tarde. Isso me faz retornar e pegar uma blusa e o guarda-chuva, que não levava comigo. Essa pequena mudança, que pode ter levado menos de dez minutos, me fará pegar um trânsito intenso, já que é próximo das oito da manhã. Provavelmente, cruzarei com pessoas diferentes das que cruzaria alguns minutos antes. Posso chegar atrasada para uma reunião e causar o julgamento de outras pessoas sobre minha suposta falta de comprometimento, ou até, perder a oportunidade de opinar diante de uma decisão importante, num momento que tanto esperava.

A decisão de me agasalhar e me proteger da chuva me levou a uma nova trajetória, uma rotina diferente da que havia imaginado para aquela manhã. Talvez, sem grandes efeitos. Talvez…


Trabalho capacitando pessoas, aproximando-as das tecnologias que o mercado de tecnologia da informação demanda. O processo para que as pessoas sejam selecionadas e iniciem o treinamento, já deixa os menos preparados para trás. Para aqueles que estão mais bem preparados, cabe a dedicação e comprometimento com a capacitação que lhes será oferecida. Durante o treinamento, é comum que um novo curso para uma linguagem de programação seja aberto, mas com vagas limitadas e concorridas. Assim, um novo processo de seleção se faz necessário. Sabe-se que na área de tecnologia, o inglês é a base para a comunicação, sendo tão importante dominá-lo, quanto dominar as habilidades técnicas.

Uma das alunas, uma das mais interessadas, não consegue se destacar no idioma e é eliminada na seleção. No dia seguinte, ela pede uma nova chance. Pretende se preparar novamente para a entrevista em inglês. Sua fala me faz debater com os demais responsáveis e convencê-los que ela, realmente está comprometida e disposta a refazer a entrevista em inglês. A data é reagendada. A aluna é aprovada e inicia o curso de Java, a linguagem que tanto queria. A partir desta oportunidade, outros sonhos foram desencadeados. Ela conclui seu mestrado na área de tecnologia e ingressa para um doutorado sanduíche em Londres, onde ela pode novamente, desenhar seu destino.

O que teria acontecido, se a aluna, simplesmente, tivesse desistido? Se o apelo da aluna não fizesse sentido e não nos levasse a dar a ela, uma segunda chance? Se determinássemos, que só se pudesse tentar uma vez, esquecendo todos os medos e inseguranças, que rondam uma pessoa num processo como este?

O bater de asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear um tornado no Texas. Frase que define o que os pesquisadores chamam de “efeito borboleta”, expressão utilizada na Teoria do Caos.

Esse é o efeito borboleta, que ocorre todos os dias em nossas vidas. Uma pequena mudança em nossas ações e um destino pode ser mudado. Podemos desencadear eventos imprevisíveis ou consequências desconhecidas para o futuro, tragédias incalculáveis para terceiros e para nós mesmos, o caos, e por que não, o bem?

Caos, do grego khaos: abismo, vazio, o que se abre largamente. No mito de Caos, a desordem uniu-se à noite para criar o destino, que dizem ser cego. O destino não sabe o que está em sua frente, mas sabe o que vem pela frente. Deus primordial, o Caos está na vida das pessoas que se esquecem de viver bem o presente para criar melhor o seu futuro.

Toda escolha é uma renúncia e toda escolha traz uma consequência. Desde o acordar, fazemos escolhas. Somos frutos das nossas escolhas, das escolhas alheias, do meio em que vivemos, da imprevisibilidade do minuto seguinte. Estamos a todo momento afetando a nossa vida e a de outros com nossos atos.

“Adoramos o caos porque sentimos amor em produzir ordem.” — M.C.Escher

O dia a dia, a rotina, o cotidiano, nos rouba esta clareza diante da vida, tão incerta, tão passageira.

Se nos dermos conta das pequenas contribuições que podemos fazer, o que iremos escolher pra desencadear os próximos acontecimentos? As vontades de nosso ego? Uma indiferença? Um julgamento? Uma intuição? Um sorriso? Um olhar de agradecimento?

Diante de tamanha imprevisibilidade, da desordem que não podemos controlar, há um momento em que está em nossas mãos como podemos iniciar um ciclo, como podemos transformar um contexto.

Podemos atrair a energia daquilo que pensamos, sentimos e fazemos. Podemos nos transformar em um campo de vibrações, praticar a empatia, mudar a rota quando preciso, fazer parte da criação do nosso caminho. Podemos despertar a nossa percepção e não nos tornarmos indiferentes ao que ocorre ao nosso redor. Despertarmos a consciência coletiva, entendermos nossas conexões mais profundas e tornar-nos mais humano.

No final, apenas três coisas importam: o quanto você amou, o quão gentilmente viveu e o quão graciosamente você deixou ir as coisas que não têm significado. (Apesar de algumas atribuições ao budismo, o autor é desconhecido)

Nós não precisamos ser a mudança que queremos ver no mundo. Nós só precisamos tentar, da melhor forma possível, ser a mudança nas nossas próprias vidas e possivelmente, nas de quem nos cerca. E quem sabe, o efeito borboleta cuide do resto.

P.S.: Obrigada por ler até aqui! Se você achou válido, clique no ícone Recomendo. Se não curtiu, quer contar a sua história ou tem um ponto de vista diferente, deixe sua mensagem e vamos conversar:  https://medium.com/@luci_inthesky_/o-efeito-borboleta-que-carregamos-8c8b0a12ed88#.n87t80frq

Às vezes, só precisamos de um abraço que envolva a alma

abraço

Um abraço é uma expressão do afeto, do reconhecimento, do carinho e da aprovação. É um “vai ficar tudo bem” ou um “estou aqui” que cada um de nós precisa sentir com frequência.

Em nosso espaço já falamos em vários artigos a respeito da necessidade de desenvolver o seu amor próprio, a sua autoestima, a sua capacidade de lutar por seus sonhos e evitar relações negativas.

Hoje queremos falar sobre o valor de praticar com regularidade estas demonstrações de carinho que vão mais além de um simples contato com nossos corpos, de colocar um coração frente a outro coração. É oferecer reciprocidade e envolver a alma.

E assim, compartilhe conosco… Você é daqueles que dão abraços diariamente nas pessoas que ama?

Os abraços que reparam e aliviam medos

Começaremos falando dos abraços que têm a capacidade de resolver problemas quase sem a necessidade de palavras. Certamente você também poderá ter mais de uma experiência na qual, depois de uma discussão com seus filhos ou parceiro, não sabe o que fazer.

Com frequência surgem muitas diferenças com os outros em nosso dia a dia, nas quais as palavras se transformam em tensão. Chegamos a um ponto em que a mente já não pode mais pensar, entretanto, ficam as sensações, e emoção de que amamos esta pessoa e que “dói” não chegar a uma solução.

Algo tão simples quanto dar um abraço acaba imediatamente com toda a tensão, toda a sensação de estresse e desespero. Rapidamente, tudo se encaixa: nossos corpos, nossas emoções e afetos.

Outro dado a levar em conta é que nas relações de casal é muito comum passar por épocas em que temos dúvidas, medos e preocupações.

  • Há momentos em que a relação do casal cai na rotina, todos os dias são iguais, e de alguma forma, perdemos a magia que existia anteriormente. E este é o momento em que surgem as dúvidas.
  • Começamos a ter medos, nos perguntamos se nossos parceiros continuarão nos amando, se continuarão nos desejando, e se a relação seguirá mantendo a força de sempre.
  • É aí que surge a necessidade de demonstrar autenticidade. Há dias em que não nos basta este “claro que tudo vai ficar bem”, “claro que continuo te amando”. Não queremos palavras; precisamos de ações. E nada melhor do que um longo e silencioso abraço.

Leve em conta que há abraços e abraços, e quando eles são oferecidos devemos perceber que são autênticos, reais e carregam sentimentos. É aí que os medos se evaporam, quando o universo inteiro se organiza e tudo adquire uma grande transcendência.

O abraço que nos une com o mundo e com o que mais amamos

O melhor abraço é o que chega quando se necessita, quando encontramos a expressão que define quem faz parte da nossa vida e do nosso coração.

Com frequência, costumam ser feitos experimentos nas ruas em que uma pessoa anônima “presenteia abraços”. É algo positivo que oferece proximidade, no entanto,os abraços autênticos, os abraços mais terapêuticos, são os que vêm das pessoas que amamos.

Se um abraço nos une ao mundo, é porque vem de alguém que é muito significativo para nós. Pensemos, por exemplo, o que seria das crianças se não tivessem o contato físico constante, as carícias, os abraços de bom dia e de boa noite.

Um abraço é a forma como reconhecemos a pessoa, a criança ou o idoso para dar raízes a eles: você é parte de mim e eu o reconheço como tal, o amo, e o envolvo em meus abraços porque você é parte da minha alma.

Nada pode oferecer tanto alívio quanto um abraço que chega em seu momento e que se oferece com sinceridade. O coração se acende, a autoestima se fortalece, e nosso coração nos presenteia uma sensação prazerosa graças à liberação de endorfinas.

Se não se atrevem a dar-lhe um abraço, faça-o você!

Em algumas ocasiões, as pessoas se queixam de que as crianças ou os parceiros são um pouco “secos”, parecem não precisar das nossas demonstrações de afeto e inclusive as recusam.

Isso é parte da sua personalidade, no entanto, o fato de que não os ofereçam não significa que elas não precisem ou não apreciem os abraços. Há perfis de pessoa para quem este tipo de expressividade emocional não é algo natural ou fácil, e não se atrevem ou não se sentem animados a fazê-lo.

  • As crianças, por sua vez, ao chegar a uma determinada idade passam a relacionar os abraços a demonstrações que lembram seus dias de infância, quando agora lutam pela sua independência.
  • Não se preocupe, não se irrite com eles e nem pense que eles não o amam mais. Acredite ou não, um abraço repentino, furtivo e intenso sempre irá arrancar um sorriso deles, mesmo que seja um sorriso tímido.

Todos precisamos de um abraço diário, ou de um abraço esporádico para reforçar vínculos, para recordar um “estou aqui, com você, e nunca deixarei de amá-lo, você é a melhor parte da minha vida”.

Leia mais: http://www.asomadetodosafetos.com/2016/04/as-vezes-so-precisamos-de-um-abraco-que-envolva-a-alma.html#ixzz49Rnjl0DO

Aquilo que ninguém sabe, ninguém estraga

“O silêncio é um amigo que nunca trai.” (Confúcio)

É normal querermos que os outros saibam de nossas conquistas pessoais e de nossos queridos, uma vez que, da mesma forma que a tristeza, a alegria costuma ficar estampada em nossos semblantes. Existem momentos tão intensamente felizes na nossa vida, que mal cabemos em nós de tanto contentamento e acabamos querendo contar e espalhar o quanto estamos felizes.

Entretanto, sempre estaremos rodeados por pessoas invejosas, maldosas e que não suportam ver alguém feliz, pois a felicidade lhes é tão estranha, que não são capazes de entendê-la, a ponto de fazer de tudo para destruí-la. Não devemos temer a maldade alheia, no sentido de que ninguém é capaz de fazer conosco aquilo a que não estivermos vulneráveis. Cautela, porém, é preciso, a fim de que não tenhamos que enfrentar o pior dos outros em nossa jornada.

Por mais que estejamos seguros e certos quanto às nossas convicções, existirão pessoas que tentarão nos diminuir por meio de provocações constantes e de maledicências espalhadas ao nosso redor. Incapazes de torcerem pelo sucesso de ninguém – nem de si mesmas -, não se permitirão conviver com as conquistas alheias sem que tentem trazer o outro ao nível da própria escuridão emocional, muitas vezes utilizando-se de meios antiéticos e covardes.

Muitas vezes, é inevitável disseminarmos pelas redes sociais o contentamento pelas nossas viagens, nossas conquistas amorosas e profissionais, pelo sucesso de nossos filhos, inclusive seria muito chato apenas postarmos lamúrias, indiretas venenosas e lamentações em nossos perfis – existem ótimos psicólogos para isso. No entanto, é necessário saber que muitos verão tudo isso como ostentação inútil, excesso de vaidade, ego inflado, ou seja, estaremos sujeitos a comentários desagradáveis sobre nós, muitos deles pelas nossas costas.

Sempre existirá quem torcerá por nossa felicidade, quem caminhará conosco sob sol ou tempestade, quem nos amará verdadeiramente, quem, enfim, será capaz de compartilhar nossas vidas com reciprocidade sincera, porém, serão bem poucos capazes disso. Por isso, uma de nossas maiores conquistas será exatamente poder contar com pelo menos alguns poucos que nos admirem realmente, sem qualquer ranço de negatividade. A esses, sim, poderemos nos desnudar inteiramente, em nossa grandeza e em nossa pequenez mais inconfessável. Quanto aos demais, repete-se, cautela.

Não precisaremos estampar nossa felicidade nas vitrines sociais e virtuais, para que ela se complete. Aqueles que sempre estiveram conosco, bem de perto, ali ao lado, compartilhando verdades, lerão a felicidade em nossos olhos e comemorarão de mãos dadas conosco cada conquista, cada degrau superado, e é por eles que sempre valerá a pena sobreviver com ética e dignidade a cada batalha de nosso caminhar.
Ler mais: http://www.contioutra.com/aquilo-que-ninguem-sabe-ninguem-estraga/#ixzz48Z9sRetd

 

20 IDEIAS DE NIETZSCHE

20 ideias do alemão Friedrich Nietzsche, um dos filósofos mais influentes da modernidade.

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Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 1844 na cidade de Röcken, Alemanha. Ele cresceu em um ambiente ortodoxo e protestante dominado por mulheres; seu pai era pastor evangélico e faleceu quando ele tinha cinco anos de idade.

Nietzsche estudou em um orfanato na maior parte de sua formação escolar. Ele se interessava principalmente por Antiguidade grega e romana, temas que estudava com vigor e afinco. Estudou filosofia clássica nas universidades de Bonn e Leipzig. Nesta última, ele estabeleceu contato primordial com as ideias de Arthur Schopenhauer e com a música clássica de Wagner, compositor que admirava e que mais tarde se tornaria seu amigo pessoal.

Em 1869, com 25 anos de idade, Nietzsche atuava como professor de filologia clássica na Universidade da Basileia. Contudo, seu ofício foi interrompido um ano depois, quando eclodiu a Guerra Franco-Prussiana. O alemão participou ativamente do conflito como enfermeiro, até ser obrigado a abandonar a função por causa de uma gravíssima disenteria, da qual nunca se recuperou totalmente.

No ano de 1881, Nietzche conheceu a mulher de sua vida: Lou Andreas Salomé, por quem se apaixonou perdidamente, mas, por sátira do destino, ela acabou se casando com um amigo seu. Essa rejeição traidora foi o estopim para consolidar em Nietzsche uma forte misoginia. Após ver-se solitário e inconsolável, o filósofo estabeleceu-se na Riviera francesa e no norte da Itália, lugares que ele considerava frutíferos e producentes para pensar e escrever. Imensamente frustrado por suas obras não serem consideradas pelo público, ele passou a sofrer de acessos de loucura em 1889, quando morava em Turim e já estava praticamente cego, literal e naturalmente.

Depois de ficar internado em algumas clínicas de reabilitação na Basileia, Nietzsche passaria o fim de sua vida na casa da mãe e da irmã, que cuidou dele até morrer. O alemão morreu em 1900. Apesar do trágico e melancólico fim, Nietzsche deixou um legado filosófico riquíssimo que até hoje não perdeu o poder inspirador e efetivo.

A seguir, encontram-se 20 das maiores ideias de Nietzsche:

1. O destino dos homens é feito de momentos felizes e não de épocas felizes

A felicidade costuma ser frágil e volátil, por isso só é possível senti-la em certos momentos. Se pudéssemos experimentar a felicidade ininterruptamente, ela perderia todo seu valor, uma vez que só percebemos ser felizes por comparação. Após um dia inteiro de trabalho, um pouco de descanso é tudo que queremos. Após um dia inteiro de chuva, o raiar do sol nos é maravilhoso. Da mesma forma, a alegria aparenta ser genuína e intensa quando atravessamos um período de tristeza.

A obrigação de ser feliz é grande motivadora de estresse e frustração. Contra essa perspectiva ingênua, Nietzsche nos lembra:

“A felicidade vem em lampejos. Tentar fazer com que ela dure para sempre é aniquilar esses lampejos que nos ajudam a seguir em frente no longo e tortuoso caminho da vida.”

2. A verdade é uma vontade de engano

Nietzsche pensava que a verdade em que se acredita nada mais é do que uma crença na veracidade de um engano. Sendo assim, a verdade seria uma ilusão de criação.

O autor refere-se à verdade como sendo uma vontade. Para ele, a verdade não é uma coisa que está ali para se encontrar ou descobrir, mas algo que está por criar e que dá nome a um processo. Nietzsche entende que a vontade de verdade decorre de uma vontade de engano: a necessidade de se atribuir um determinado valor à categoria de verdade para fazê-lo mais forte e poderoso a fim de que se possa acreditar nele. Porém, como este valor foi criado historicamente, seria um engano tê-lo por verdade.

“Verdade: em minha maneira de pensar, a verdade não significa necessariamente o contrário de um erro, mas somente, e em todos os casos mais decisivos, a posição ocupada por diferentes erros uns em relação aos outros.”

Se aceita a verdade como moral, então ela representa um erro necessário. É impossível viver sem ter representações morais da verdade. Precisamos acreditar na verdade para validarmos nossa existência, por exemplo, sem a qual não haveria engano. Para Nietzsche, a vontade de verdade e a vontade de engano são a mesma, só que observadas de duas perspectivas diferentes. A vontade de verdade, a busca da verdade e a crença nesta verdade decorrem da necessidade de se acreditar nas construções históricas e culturais, então, a verdade decorre da vontade de engano.

3. A mentira mais comum é a que um homem usa para enganar a si mesmo

Mentimos para sermos mais felizes, embora possamos estar apenas nos iludindo da intenção. Niezsche costumava dizer que “enganar os outros é um defeito insignificante, pois o que nos transforma em monstros é o auto-engano.”

De fato, é muito mais fácil não admitir que se está errado do que aceitar o próprio erro. Ás vezes, basta assumir humildemente um erro; apenas dessa forma nos contentaremos com as consequências de uma ilusão que possa ser vivida.

4. A potência intelectual de um homem se mede pelo humor que ele é capaz de manifestar

Por várias vezes, Nietzsche falou sobre a importância do humor, que ele considerava uma tábua de salvação para os desgostos que a vida oferece. Como ele dizia:

“O homem sofre tão terrivelmente no mundo que se viu obrigado a inventar o riso.”

Para o filósofo, as pessoas deveriam tachar de falsa toda verdade que não seja acompanhada por um sorriso. Essa é uma ideia acalentadora, embora possa ser mentirosa em sua própria atribuição. Mas os benefícios são evidentes.

5. O homem amadurece quando reencontra a seriedade que demonstrava em suas brincadeiras de criança

“Em qualquer homem autêntico existe uma criança querendo brincar.”

Para Nietzsche, considerar fábulas e jogos coisas infantis é sinal de grande pobreza de espírito, pois somente as pessoas capazes de manter a curiosidade e o senso lúdico da infância terão sempre novos êxitos ao seu alcance. Crianças encaram a vida como uma brincadeira, e pensam que contos de fada são verdadeiros. Não significa que devemos agir de forma ingênua, mas é essencial mantermos um pé no mundo da fantasia, o que aflora nossa imaginação e nos torna mais criativos e producentes.

Às vezes, tudo de que precisamos é deixar de lado o mundo dos adultos e assumir a persona que já fomos antes.

6. Não se aprende a voar voando

De acordo com o filósofo, quem deseja aprender a voar deve primeiro aprender a caminhar. Fazer qualquer coisa sem estar preparado gera decepção iminente. Como diz Nietzsche:

“Quem espera levantar voo sem antes passar pelo aprendizado básico está condenado a uma queda da qual não se reerguerá.”

Aquele que conhece suas capacidades e, mais importante, suas limitações, sabe exatamente quais lutas pode lutar e quais não.

7. Quem luta contra monstros deve ter cuidado para não se transformar em um deles

“Os cínicos costumam se esconder por trás da maldade do mundo para dar asas à própria perversão. No entanto, os atos alheios nunca justificam os nossos.”

Com esta reflexão, Nietzsche refere-se às dificuldades e injustiças da vida que podem fazer com que uma pessoa aparentemente benevolente se torne malévola por necessidade. Entretanto, ele lembra que, no final, uma decisão, mesmo terrível, é opção pessoal, e a responsabilidade, intransferível.

8. É muito difícil os homens entenderem sua ignorância no que diz respeito a eles mesmos

“Somente quando o homem tiver adquirido o conhecimento de todas as coisas poderá conhecer plenamente a si mesmo. Por que as coisas nada mais são que as fronteiras do homem.”

O filósofo sugere que não há nada mais trabalhoso que o autoconhecimento. Então, para chegar-se a um elevado nível de sabedoria, o homem precisa se dispor a superar seus próprios limites, é claro, com prudência e ambição suficientes.

9. O sucesso sempre foi um grande mentiroso

O êxito costuma ser um veneno, pois um privilegiado pode agir como prepotente, e assim ficar estagnado. Nietzsche ensina que, quando a sorte deixa de sorrir para o bem-sucedido, de uma hora para outro seu mundo vira de cabeça para baixo. O fracasso, por sua vez, representa sempre uma oportunidade para melhorar; favorece a humildade, nos ajuda a manter o pé no chão, estimula nossa imaginação e nos faz explorar novas perspectivas.

Aqueles que se dispõem a alcançar algo precisam estar devidamente preparados para derrocar, ao passo que novas oportunidades possam ser almejadas.

10. A melhor arma contra o inimigo é outro inimigo

Segundo Nietzsche:

“Uma guerra não é travada apenas nos campos de batalha tradicionais, em que tropas tentam aniquilar umas às outras. A luta acontece em qualquer área em que os seres humanos disputem influência.”

Existem disputas de poder em toda e qualquer circunstância, seja em casa, no trabalho ou onde for, quando duas ou mais pessoas usam suas armas para conseguir o papel central. Assim como os animais, seres humanos são territoriais e constantemente buscam aumentar seus domínios, inclusive o emocional. Mas, como lembra Nietzsche, nem sempre encontramos um inimigo para opor àquele em perspectiva que está nos enfrentando, e às vezes, precisamos de fato recorrer a outras estratégias que impelem nossas ações.

11. A essência de toda arte é a gratidão

De acordo com o filósofo alemão, a gratidão é uma condição indispensável para apreciarmos a beleza do mundo. Algumas pessoas aparentemente têm tudo, e sentem como se não tivessem nada, ao passo que outras realmente têm pouco, mas agradecem e maravilham-se com o pouco que têm.

Nietzsche ressalta que, se praticarmos a arte da gratidão, alimentaremos nosso ser emocional de boas sensações, principalmente nas horas de dificuldade. Mesmo em ocasiões de tensão e estresse, basta deixarmos agraciar pelas belezas do mundo para encontrarmos forças que nos permitem superar as árduas provações que advirem.

12. As pessoas nos castigam por nossas virtudes. Só perdoam sinceramente nossos erros

Para Nietzsche, o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença. Segundo ele, a fúria de quem odeia é nutrida por uma admiração oculta, e assim também acontece com a inveja. Schopenhauer, filósofo que inspirou Niezsche, afirma:

“A inveja dos homens mostra quão infelizes eles se sentem, e a atenção constante que dão aos que fazem os demais mostra como sua vida é tediosa.”

Se apontamos uma boa novidade para alguém e essa pessoa logo aponta nossas falhas, decerto que ela não deseja que sigamos adiante. Por esse motivo, convém ocultar nossos êxitos em determinadas oportunidades, pois assim evitamos uma carga emocional negativa e indesejada de quem poderia facilmente nos atingir.

13. Se a consciência nos torna humanos, a imperfeição é um traço distintivo de nossa espécie

De acordo com Nietzsche:

“O homem que imagina ser completamente bom é um idiota.”

Passamos mais tempo consertando erros que construindo coisas de valor. Assumir essa realidade nos torna mais humildes e, o que é mais importante, nos faz tomar consciência do quanto ainda precisamos melhorar. Errar faz parte do processo de aprendizagem. Como denota Nietzsche, as pessoas perfeccionistas acabam por sofrer as consequências de seus atos imperfeitos e, se algo dá errado, costumam transferir a culpa para os outros, mesmo que falha alguma seja cometida.

O filósofo nos lembra que é inútil desejarmos ser bons o tempo todo e fazer tudo certo: o que importa é estarmos dispostos a fazer um pouco melhor hoje do que fizemos ontem.

14. Só quem constrói o futuro tem o direito de julgar o passado

“Quem constrói o futuro está muito ocupado para julgar o passado”.

Por vezes nos pegamos desprevenidos em memórias e lembranças passadas a fim de guiarmo-nos para o futuro. No entanto, tais julgamentos do passado escondem o orgulho premente de quem se considera dono da verdade, e também revela grande insegurança. Como diz Nietzsche:

“É mais produtivo construir o que vai acontecer do que analisar o que se passou.”

Quem age está menos preocupado do que quem não ocupa a mente.

15. É importante nos orgulharmos de nossos inimigos

Na visão de Nietzsche, não devemos ter mais inimigos que as pessoas dignas de ódio, mas tampouco devemos ter inimigos dignos de desprezo. O filósofo afirma ser necessário reservar-nos para os adversários, pois frequentemente temos que lidar com muitas ofensas, e passar por cima de muitos para não sermos massacrados.

“Escolhe inimigos que te mereçam.”

16. Nós nos sentimos bem em meio à natureza porque ela não nos julga

O ser humano é um animal que julga, e muitas vezes somos desnaturalizados pelos outros, o que nos faz sentir estranhos em um mundo de supostos humanos. Nietzsche ressalta que, ao sentirmos o cheiro de terra fresca, o ar limpo e o silêncio, apenas quebrado pelas criaturas ao redor, reencontramos nossa essência por tanto tempo abandonada.

“Na cidade, precisamos representar um papel porque estamos muito preocupados com o que pensam de nós. Mas, ao voltar à natureza, podemos nos dar ao luxo de sermos nós mesmos. Não precisamos nos vestir bem, falar ou atuar de maneira especial. Basta nos deixarmos levar pelo mundo natural em direção ao nosso interior, onde um manancial de tranquilidade nos espera.”

17. Não há apenas uma morte ao longo da existência

Nietzsche sugere que precisamos pagar pela imortalidade e morrer várias vezes enquanto estamos vivos. Segundo ele, não há apenas uma morte ao longo da existência. No transcorrer da vida, vamos vencendo etapas e superando desafios, simbolicamente, para podermos renascer em estágios posteriores. A essas transições de uma vida para outra, Nietzsche denominava “ritos de passagem”, tomadas de consciência nas quais necessariamente deixamos o passado para trás e comprometemos com novas perspectivas à frente.

18. Quem vê mal sempre vê pouco. Quem escuta mal sempre escuta demais

Muitas vezes, só ouvimos o que queremos ouvir, já que o murmúrio das nossas ideias preconcebidas se sobrepõe a realidade, sempre mais simples que a opinião que formamos dela. Nietzsche propõe que devemos buscar o pensamento com clareza, do contrário, estaremos apenas seguindo ecos e ruídos de nossos preconceitos.

19. Quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa

Assim como a maioria dos filósofos, Nietzsche sempre destacou a importância de se buscar uma razão de viver. Quando nossa vida se torna plena de sentido, falava ele, nossos esforços já não são cansativos, e sim passos seguros em direção às metas que estabelecemos.

20. O que não nos mata nos fortalece

Como dizia Nietzsche:

“Se a correnteza não nos mata, acabamos ganhando uma experiência essencial que nos ajudará a salvar a nós mesmos e às demais pessoas em futuras provações.”

Referência bibliográfica:

PERCY, Allan. Nietzsche Para Estressados.

© obvious: http://lounge.obviousmag.org/ideias_de_guerrilha/2015/12/20-ideias-de-nietzsche.html#ixzz435R5OZdE
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Ciência da persuasão

O vídeo descreve os seis princípios universais de persuasão (reciprocidade, escassez,  autoridade, consistência, ‘gostar’ e consenso) que tenham sido cientificamente comprovadas para torná-lo mais eficaz, baseado no livro inovador do Dr. Cialdini, Influence. Este vídeo é narrado pelo Dr. Robert Cialdini e Steve Martin, CMCT (co-autor de SIM & The Big Small).